Tem um ditado popular que diz “sonhar não custa nada”. Acredito que custa, e muito. Custa o tempo que perdeu apenas sonhando. Não digo que perdeu tempo em sonhar. Perdeu tempo em não colocar em prática os “primeiros passos” para realizar esse sonho.Um dia vou ter um emprego bom. Vou viajar muito. Vou ser mais legal com as pessoas de uma forma natural. Um ia vou tomar banho de chuva cantando e dançando. Um dia vou conversar sério sobre a vida com amigos. Um dia vou assistir o jogo do meu time no estádio de futebol, quem sabe vou assistir um jogo da copa da mundo.Um dia vou assistir uma corrida da Fórmula 1 no autódromo. Um dia vou comprar um carrinho pra mim... um dia...um dia.. um dia. Se somasse todos os “um dia” que já prometeu pra si, mesmo com 80 anos, não teria tantos dias assim.Quando Martin Luther King fez seu famoso discurso "Eu tenho um sonho" para uma multidão concentrada no centro comercial em Washington, capital dos Estados Unidos, naquele dia quente de agosto de 1963, ele não estava apenas se dirigindo àquelas milhares de pessoas reunidas para ouvi-lo.Ele na verdade buscava mais: despertar um desejo escondido em todas elas. O discurso de King falava daquilo que era fundamental para qualquer ser humano, o tema que une e eleva as pessoas nas ruas, os privilegiados e não privilegiados. Ele demonstrou com o corpo e a alma que sonhar pode fazer diferença. E é disso que estou falando.Creio que cada um de nós tem um sonho lá dentro do coração. Não estou falando em ganhar na loteria. Esse tipo de idéia vem de um desejo de fugir de nossa situação atual e não de perseguir um sonho íntimo. Estou falando daquela visão que temos lá no fundo de nossa mente e que mexe com nossas almas. É a coisa para a qual nascemos. É aquilo que seduz nossos talentos e dons, apela para nossos mais altos ideais e desperta nossos sentimentos sobre o destino.Quando tenho tempo e estou em casa, assisto o programa “Ídolos”. Sei o que deve estar pensando – “caramba, como ele consegue assistir aquilo?”. Assisto para me divertir, claro. Mas com uma visão mais apurada, menos preconceituosa, vejo jovens (de 15 ate 90 anos) buscando seus sonhos. Não estou dizendo aqui que todos possam ser cantores. Mas eles têm o sonho em ser. Pagam seus “micos” na maior, tudo pela busca da realização.Não se deve deixar morrer um sonho diante das dificuldades encontradas. Por outro lado, não devemos tornar esse sonho, o único objetivo da nossa vida. Conheci pessoas que queriam conhecer os EUA, mas não sabiam falar inglês. E pior, nunca foi procurar uma escola para aprender. Entende o que quero dizer? Corre-se o risco de perseguir um sonho, mal estruturado, durante uma vida inteira e quando alcançar se dá conta que a vida também passou, justamente porque só tínhamos um único objetivo; a realização desse único sonho.
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