O ministro da Justiça Tarso Genro tem a sindrome do marido traído. Não por ser o último a saber, e sim, por queimar o sofá ao flagrar a esposa com o amante no mesmo. Falo isso por saber dos rumos que tomaram as investigações da Operação Satiagraha. Inclusive com a punição do delegado federal Protógenes de Queiroz - é aqui que cabe a frase inicial. A cada dia que passa nos surpreendemos com o comportamento de cada brasileiro e dos criminosos brasileiros. Parecem personagens de um interminável seriado mexicano. Mudam os montantes dos assaltos, mudam os ambientes e os truques, mas a história é a mesma: lucros fabulosos com operações altamente sofisticadas, sempre ilegais.
Chamá-los de incorrigíveis é reduzir esta persistência a uma compulsão pela imoralidade. Seria uma forma de minimizar o fenômeno e retirar dele o aspecto sistêmico, institucional e impunitivo.Os trambiques de Naji Nahas já têm quase duas décadas, Daniel Dantas protagoniza o noticiário dos escândalos há três lustros e o novato Celso Pitta enrosca-se em negócios escusos há quase oito. E nosso ministro preocupa-se com o trabalho - sério e profissional - do delegado que tenta apenas cumprir suas funções.
A culpa pela impunidade não é da imprensa, mesmo se quisesse não poderia acompanhar todos os escândalos simultaneamente. O que é divulgado é apenas uma pequena parcela do que eles - os parlamentares e empreiteiros - roubam dos cofres públicos. É divulgado na mídia porque alguém delata. Mas não se iluda achando que o delator é um cidadão de bem, com boas intenções para melhorar nosso país e defender seus direitos. Não! O delator entrega porque não participou da partilha do roubo, do golpe contra o dinheiro público e então se torna um delator insatisfeito, magoado e vingativo.
As sucessivas reprises e repetecos têm causas bem definidas: a lentidão da Justiça, que leva uma eternidade para dizer quem é inocente e quem é culpado, e a fascinação de grupos próximos ao poder pelos "gênios" políticos e financeiros que se infiltram nos gabinetes com idéias mirabolantes.É preciso não esquecer que o mensalão, onde começou o novo capítulo da biografia de Daniel Dantas, foi criado por outro gênio, o lobista Marcos Valério, por sua vez estimulado pelos gênios que pretendiam criar num passe de mágica uma maioria no Congresso. Escândalo que foi parar em algum freezer petista no fundo de uma garagem parlamentar.
O escândalo da Varig resultou da preguiça das autoridades em encontrar uma solução rigorosa e honesta para salvar a companhia aérea. No maior acidente aéreo do país, o voo da TAM que caiu em São Paulo, procura-se uma forma de enquadrar os incompetentes ao codigo penal. Simples! 199 homicídio doloso. Ponto!
Zuleido Veras, o dono da Gautama, inventou um nome místico para uma fabulosa engenharia sem obras com o apoio dos "Partícipes Trambiqueiros".Atrás de cada escândalo há um fraudador brilhante, criativo e um séquito de advogados, executivos e políticos fascinados pela facilidade em embolsar indevidamente grandes quantias.
A imprensa só tem uma culpa: a de não conseguir trazer aos olhos de todos, todas as falcatruas, conchavos, acertos ilicitos que nossos parlamentares, na calada da noite, nos becos úmidos aos cochichos se organizam. Como um dia cantou Zé Ramalho:
Chamá-los de incorrigíveis é reduzir esta persistência a uma compulsão pela imoralidade. Seria uma forma de minimizar o fenômeno e retirar dele o aspecto sistêmico, institucional e impunitivo.Os trambiques de Naji Nahas já têm quase duas décadas, Daniel Dantas protagoniza o noticiário dos escândalos há três lustros e o novato Celso Pitta enrosca-se em negócios escusos há quase oito. E nosso ministro preocupa-se com o trabalho - sério e profissional - do delegado que tenta apenas cumprir suas funções.
A culpa pela impunidade não é da imprensa, mesmo se quisesse não poderia acompanhar todos os escândalos simultaneamente. O que é divulgado é apenas uma pequena parcela do que eles - os parlamentares e empreiteiros - roubam dos cofres públicos. É divulgado na mídia porque alguém delata. Mas não se iluda achando que o delator é um cidadão de bem, com boas intenções para melhorar nosso país e defender seus direitos. Não! O delator entrega porque não participou da partilha do roubo, do golpe contra o dinheiro público e então se torna um delator insatisfeito, magoado e vingativo.
As sucessivas reprises e repetecos têm causas bem definidas: a lentidão da Justiça, que leva uma eternidade para dizer quem é inocente e quem é culpado, e a fascinação de grupos próximos ao poder pelos "gênios" políticos e financeiros que se infiltram nos gabinetes com idéias mirabolantes.É preciso não esquecer que o mensalão, onde começou o novo capítulo da biografia de Daniel Dantas, foi criado por outro gênio, o lobista Marcos Valério, por sua vez estimulado pelos gênios que pretendiam criar num passe de mágica uma maioria no Congresso. Escândalo que foi parar em algum freezer petista no fundo de uma garagem parlamentar.
O escândalo da Varig resultou da preguiça das autoridades em encontrar uma solução rigorosa e honesta para salvar a companhia aérea. No maior acidente aéreo do país, o voo da TAM que caiu em São Paulo, procura-se uma forma de enquadrar os incompetentes ao codigo penal. Simples! 199 homicídio doloso. Ponto!
Zuleido Veras, o dono da Gautama, inventou um nome místico para uma fabulosa engenharia sem obras com o apoio dos "Partícipes Trambiqueiros".Atrás de cada escândalo há um fraudador brilhante, criativo e um séquito de advogados, executivos e políticos fascinados pela facilidade em embolsar indevidamente grandes quantias.
A imprensa só tem uma culpa: a de não conseguir trazer aos olhos de todos, todas as falcatruas, conchavos, acertos ilicitos que nossos parlamentares, na calada da noite, nos becos úmidos aos cochichos se organizam. Como um dia cantou Zé Ramalho:
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"Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal..."
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A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal..."
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Somos negociados como gado e assim, calados, conformados, vamos morrendo aos montes.
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